O fim digno:
Eutanásia e suicídio assistido no Brasil

Autora:
Isabella Bastos Emmerick

Morrer e viver são etapas de um ciclo natural. Mas quando fases normais de um ciclo ganham ares dolorosos e a vida passa a ser prolongada artificialmente ou entra em conflito comas condições psicológicas de um ser humano, a naturalidade se perde e questionamentos surgem a respeito do quanto é aceitável ver a morte como um direito assim como vemos a vida. O viver, pois, está também atrelado a um sentido, individual e próprio que confere dignidade ao ser. Sofrimento, dor e agonia atrelados a tratamentos terapêuticos podem atentar contra a própria identidade pessoal e ferir instâncias mais profundas que a estrutura física do indivíduo. Nesse contexto, alternativas como a eutanásia e o suicídio assistido são cada vez mais discutidas pelo mundo como alternativas em busca de dignidade e personalização do morrer, mas encontram óbices em pontos morais, legais e religiosos. A análise gira em torno da autonomia da vontade e dos conceitos de justiça, buscando elucidar a importância da discussão dos direitos dos paciente que procuram na morte um alívio.