PROFESSOR & Cia.: flexibilização do trabalho docente nos conglomerados educacionais

ANA CLARA MATIAS BRASILEIRO

Belo Horizonte, 04 de maio de 2018. Mais de dois mil professores, alunos e pais de alunos da rede privada de ensino ovacionam os dirigentes do seu sindicato, ao fim de uma greve de dez dias. Sob o mote “nenhum direito a menos”, sentiam-se vitoriosos ao garantirem avanços que, numericamente, pareceriam pequenos, uma vez que distantes da pauta inicialmente apresentada pelo SinPro Minas. Mas o sentimento que emanava das falas dos inscritos e das reações da Assembleia era de que se tratava de uma vitória histórica, paradigmática e extremamente árdua. Dois fatores eram constantemente apresentados como responsáveis por tal dificuldade: a aprovação, no ano anterior, da chamada Lei da Reforma Trabalhista, que trazia diversas alterações predominantemente desfavoráveis ao trabalhador, dentre elas, a superioridade normativa das negociações sobre as leis, ainda que para reduzir o patamar de direitos trabalhistas; e a força, na mesa de negociações, dos grandes grupos educacionais, em especial aqueles de capital aberto. Essa cena parece ser um dos diversos desdobramentos de dois fenômenos correlatos que vêm, nas últimas décadas, tendo espaço no Brasil e no mundo, em intensidade cada vez maior. E é esse o cenário em que se insere este livro, no qual Ana Clara Matias Brasileiro nos convida a investigar como a flexibilidade na gestão de companhias educacionais abertas tem afetado os professores universitários.