Cotidiano, saude e morte

Organização:
Estelina Souto do Nascimento
Mércia Aleide Ribeiro Leite
Virgínia Mascarenhas Nascimento Teixeira
Gisleule Maria Menezes Souto
Marco Aurélio de Sousa
Rosane Geralda do Nascimento
Luciana Dalva Ferreira Cardoso de Barros
Mariane da Costa Moura

O presente livro tem o propósito de apresentar alguns resultados, reflexões e discussões alcançados pelo NUPEQS ao longo dos últimos anos referentes ao tema COTIDIANO, SAÚDE e MORTE. A realização da pesquisa Trajetória do morto, entre o suspiro final e o ocultamento definitivo ensejou o 1º Colóquio Internacional sobre Quotidiano e Saúde (1º CIQS), com a abordagem da referida temática. Alguns textos relativos às conferências e palestras do referido evento compõem a parte inicial da obra. Com o surgimento da covid-19, os participantes do NUPEQS têm procurado aprofundar a reflexão sobre a temática da morte. Na certeza da necessidade de mais conhecimento sistematizado sobre o assunto, o grupo persistiu na realização de pesquisas, reflexões e debates que originaram os textos que compõem a segunda parte deste livro. Apesar das dificuldades de sintetizar toda a riqueza dos estudos, reflexões e debates ocorridos no interior do grupo, a proposta é oferecer uma aproximação, ainda que sintética, de alguns aspectos em torno da morte e da covid-19. A segunda parte deste livro é uma obra coletiva, fruto da discussão, reflexão e escrita do grupo ao longo dos anos de sua existência. O objetivo foi compreender elementos associados à morte no cotidiano, na perspectiva da mídia, dos provérbios, das tradições, formas de rituais, crenças, superstições que se manifestam na trajetória percorrida pelo corpo morto, chegando à aproximação do entendimento das visitas aos cemitérios no Dia de Finados. A proposição e a execução do trabalho foi um desafio constante cuja superação foi possível graças a busca de resultados práticos, bem como ao aprofundamento teórico metodológico. Não resta dúvida que a finitude do ser humano será sempre um mistério, ninguém pode dizer da própria experiência com a morte, ela jamais será partilhada. Apenas tem-se a certeza que a hora de cada um chegará e o que tantos outros já experimentaram, chegará para cada pessoa.

Não se sabe à priori quando morrer, mas se sabe que não há como escapar dela e, mais ainda, ela é intransferível. Pode-se dizer que diante da morte precisamos traduzir em palavras para os próximos do morto um ruído ensurdecedor que eles gostariam de não entender: a morte do outro.