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Michel Foucault e o Poder Constituinte

Michel Foucault e o Poder Constituinte

Autora
Lorena Martoni De Freitas

Este trabalho busca repensar criticamente a teoria do poder constituinte a partir do pensamento ético-político do filósofo francês Michel Foucault, com o objetivo de fornecer instrumentos teóricos para se refletir sobre o tempo presente. O que aqui se denomina como “teoria do poder constituinte” diz respeito ao campo de estudos acerca da gênese da Constituição, tanto em seu sentido formal – em termos de texto constitucional –, quanto material – como conjunto de forças que operam na sociedade produzindo uma ordem normativa de viés ético-político. Mais específica do que a “teoria da Constituição”, ela abarca o aspecto dinâmico do processo de organização social, a tensão das relações de força que o atravessam, referindo-se ao limiar entre política e direito. Ou seja, em linhas gerais, podemos dizer que a teoria do poder constituinte cuida de pensar o movimento de determinação do modo de ser de dada comunidade, colocando-nos face aos problemas dos inícios, da vontade de modificação de si e das práticas da liberdade. Seguindo essa linha, acordemos também como pressuposto que nenhuma ordenação social emerge ex nihilo em um espaço antes marcado pela anomia. Assim, na contramão de estudos que abordam o tema do poder constituinte como uma mera questão de princípio da ordem jurídica, nosso trabalho aqui é explicitá-lo como um movimento não apenas produtivo mas também de ruptura, que comporta a rejeição a uma regra de autoridade anterior como condição para a emergência de uma nova organização normativa. Ou seja, trata-se de um fenômeno de natureza processual e bilateral, e que por isso precisa ser analisado como um exercício cotidiano e difuso que comporta em si uma dimensão des-constituinte e outra re-constituinte. Entretanto, com o suposto intuito de garantir a perenidade dos direitos fundamentais e a estabilidade das instituições democráticas – em especial, após as experiências totalitárias que marcaram o século passado –, a dimensão desconstituinte do poder constituinte vem sendo paulatinamente silenciada, tendência essa que tem enfrentado sérios desafios face à dinâmica dos movimentos sociais e sublevações que têm marcado o século XXI. É justamente tendo em vista esse problema que propomos aqui um mergulho no pensamento ético-político de Michel Foucault que, segundo Antonio Negri, foi quem melhor nos forneceu uma possibilidade de “reabrir construtivamente um processo que assume a desarticulação como condição positiva”¹.

¹  NEGRI, Antonio. O poder constituinte. Trad. Adriano Platti. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 46.

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Autonomia privada | democracia, estado de direito e valores existenciais e patrimoniais

Autonomia privada | democracia, estado de direito e valores existenciais e patrimoniais

Organizadores
Leonardo Ferreira Vilaça
Leônidas Meireles Mansur Muniz de Oliveira
Wilson Almeida Benevides

Foi com muita alegria que recebi o convite para confeccionar a nota de contracapa do livro intitulado “AUTONOMIA PRIVADA: Democracia, estado de direito e valores existenciais e patrimoniais”, cuja organização coube aos professores Leonardo Ferreira Vilaça, Leônidas Meireles Mansur Muniz de Oliveira e Wilson Almeida Benevides. O movimento de constitucionalização do direito privado teve como uma de suas principais contribuições a despatrimonialização e, consequentemente, o advento do princípio da dignidade da pessoa humana. Verifica-se o rompimento com as premissas trazidas pelos estudos desenvolvidos no âmbito da autonomia da vontade, momento histórico em que o direito privado tinha como um de seus principais eixos a proteção do patrimônio. Nesse contexto propositivo verifica-se que os negócios jurídicos, as relações privadas, a correlação entre as esferas públicas e privadas, assim como a construção teórico-pragmática das bases epistemológicas do Estado Democrático de Direito passaram a ser diretamente relacionadas com a ampla e integral proteção constitucional da dignidade humana, que assume o papel de princípio e fundamento da República Federativa do Brasil. A partir da segunda metade do século XX a ciência do Direito passou a ser vista como locus de ampla exauriência argumentativa. As proposições normativas deixam de ter o fim em si mesmo para, assim, serem utilizadas como referenciais que viabilizam a implementação dos direitos fundamentais e humanos previstos no plano constituinte e instituinte. O Estado Democrático de Direito evidenciou o compromisso com a alteridade, haja vista que a norma jurídica em si deve ser utilizada como instrumento para combater discriminações, garantir igualdade, limitar o exercício do poder, legitimar o exercício das liberdades públicas e privadas, além de viabilizar a inclusão de pessoas, numa proposta que se relaciona de forma direta com a superação da marginalidade e exclusão social. Em suma, portanto, convido todos os leitores a conhecerem as proposições teóricas apresentadas nessa obra, que objetivam desvendar, sob o ponto de vista epistemológico e pragmático, as reflexões que permeiam a autonomia privada na sociedade contemporânea globalizada! Fabrício Veiga Costa Professor do PPGD – Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de Itaúna. Doutor e Mestre em Direito. Pós-doutorado em Educação e Psicologia. Residência pós-doutoral em Direito

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Consentimento das pessoas com transtornos e deficiências mentais

Consentimento das pessoas com transtornos e deficiências mentais

Autor
Tiago Vieira Bomtempo

A Lei n. 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, alterou de forma expressiva o regime das incapacidades no Código Civil de 2002. Entre as suas alterações, deixaram de ser absolutamente incapazes os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, e não são mais considerados relativamente incapazes os que tiverem o discernimento reduzido e os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. Assim, o anterior critério legal para a proteção do vulnerável, como as pessoas com transtornos e deficiências mentais, passa para a promoção do exercício de sua autonomia, como a obrigatoriedade do consentimento prévio, livre e esclarecido do deficiente para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica. Nesse contexto, cumpre a esta pesquisa demonstrar a efetividade do consentimento livre e esclarecido (CLE) para os pacientes com comprometimento neurocognitivo e psiquiátrico, agora considerados capazes com a redação da referida lei. Para tanto, utilizar-se-á, com base em pesquisa de campo e na hermenêutica fenomenológica, apoiada na bioética, se na prática é possível o exercício da autonomia destes indivíduos na relação entre médico e paciente. Inicialmente, será abordado o regime das capacidades jurídicas no Brasil e em outros países de origem latina; após, o entendimento das diversas ciências acerca das deficiências e doenças mentais; para, em seguida, discutir a autonomia e o termo de consentimento, e sua aplicação na atualidade; ao final, trazer análise de pesquisa de campo, sob o enfoque na hermenêutica fenomenológica, sobretudo com a linguagem; e apresentar críticas e possíveis caminhos com essa lei. Conclui-se, a princípio, que é necessária a interlocução do Direito com as outras ciências, de forma a superar as barreiras do preconceito em relação às pessoas com transtornos e deficiências mentais, e que haja intensa reformulação no tratamento do médico com o paciente, para que este seja agente de sua vontade, quando for possível haver discernimento. Afinal, uma lei não resolve a autonomia de alguém diante de inúmeras patologias e deficiências que cada pessoa possa apresentar, pelo que só é possível definir a partir da redução fenomenológica no caso concreto.

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Intranscendência Penal e Jogos de Linguagem: Os Efeitos Metajurídicos Das Prisões Preventivas Sobre Terceiros

Intranscendência Penal e Jogos de Linguagem:
os efeitos metajurídicos Das Prisões Preventivas Sobre Terceiros

Autor
Leandro Barbosa da Cunha

É extremamente difícil produzir uma obra tão inovadora sobre um tema que já não se discute muito como o da intranscendência penal. Afinal, não se tem mais dúvidas de que a pena não pode passar da pessoa do condenado. Contudo, o autor consegue o feito de não apenas rever o instituto como também de criticá-lo através de uma base filosófica refinada que se ancora, principalmente, na teoria dos jogos de linguagem do filósofo austríaco Ludwig Wittgstein. O leitor perceberá, tão logo, que se trata de um trabalho de exuberante maturidade, no qual o autor apresenta suas premissas científicas e metodológicas para adentrar em uma complexa intersecção entre a linguagem, as normas jurídicas e a realidade – o que é feito com um domínio incomum sobre os temas. Na primeira metade do trabalho, pode-se perceber a potência e profundidade da obra, que nos introduz ao pensamento de importantes filósofos da linguagem e da hermenêutica para nos brindar com uma chave para a leitura da realidade carcerária brasileira. Já na segunda metade, a obra traz um rigoroso método de pesquisa jurisprudencial, mas também humaniza o trabalho por meio de entrevistas com pessoas reais, que sentem na pele o problema que o autor se propôs a pesquisar: os efeitos metajurídicos da prisão preventiva. Conhecer a realidade é o primeiro passo para transformá-la. É necessário aliar o conhecimento teórico e a ação, de modo que a vida prática não pode ser desprovida de espírito, tampouco a vida espiritual ser desprovida de prática. A grande lição que perpassa toda a obra é a de que ninguém muda aquilo que ignora. Yuri Coelho Dias, Mestre em Direito Penal, Advogado e Professor do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF)

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Filosofia Do Direito Privado

Filosofia do Direito Privado - Ensaios sobre a justificação nos contratos a partir da obra de Peter Benson

Organizadores
Fábio Queiroz Pereira
Leandro Martins Zanitelli
Henry Colombi

A presente obra é resultado da disciplina “Filosofia do Direito Contratual”, ofertada no primeiro semestre letivo de 2021 junto ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (PPGD/UFMG). Na oportunidade, as análises e os debates foram conduzidos a partir da leitura do livro “Justice in Transactions”, do jurista canadense Peter Benson. Benson apresenta uma teoria do contrato com fundamentos diversos das visões dominantes encontradas na Common Law, quais sejam aquelas embasadas no discurso econômico ou na moralidade promissória. O autor sustenta uma concepção normativa de contrato, atenta à necessidade de estabilidade do sistema e à concretização da justiça corretiva. O instituto é então compreendido como uma transferência de propriedade (ownership) e, nesta proposta, reside a sua base pública de justificação. Os artigos ora apresentados refletem as atividades de investigação dos discentes participantes da disciplina e revelam caráter transversal e interdisciplinar. São produções científicas que se vinculam diretamente ao projeto de pesquisa “Direito Civil na Interdisciplinaridade”, desenvolvido no âmbito da linha de pesquisa “História, Poder e Liberdade” do PPGD/UFMG. Por meio de aportes teórico-filosóficos, busca-se repensar contornos da dogmática de direito civil, notadamente daqueles conexos ao fenômeno contratual. Em razão do caráter recente da obra “Justice in Transactions” de Peter Benson e do intenso debate já gerado no âmbito internacional, espera-se, por meio da presente coletânea de artigos, introduzir no contexto brasileiro importantes debates e propiciar a construção de futuros diálogos e reflexões no campo do direito contratual, reforçando e construindo novas redes de pesquisa. Fabio Queiroz Pereira, Leandro Martins Zanitelli e Henry Colombi

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Passos E Descompassos

Passos e descompassos

Autora
Tamilsy Teixeira Casalechi

Simplesmente Poesia

Minhas poesias são simples; simples como a própria vida, mas nelas estão contidos todos os meus sofrimentos, minhas desilusões.
Assim como a vida não deixa de existir e que não morre quando envelhece, meus sentimentos não deixam de habitar o meu eterno coração sonhador.

A poesia é um pedaço da minha vida, pois nela estão presentes todos os passos e descompassos. Ela é como a lágrima que derrama os seus sentimentos amargos, lavando as impurezas expostas pelo tempo.

Nessas mesmas poesias encontramos a presença da natureza, porque é através dela que nós conseguimos expor os legítimos pensamentos, sendo assim mais concretos.

O vento carregou minhas tristezas para qualquer lugar remoto. Agora eu pressinto uma brisa percorrendo o meu corpo, suado pelas dores ocultas. O dique não aguentou e arrebentou, levando minhas alegrias nas enxurradas da vida.

Num dia distante, as janelas da esperança resolveram se abrir para mim. Esta mesma vida confundida com poesia, se transformou em sonetos de tranquilidade. Os versos da esperança foram aos poucos dividindo as estrofes do perdão.

Foi dessa forma que eu pude compreender que eu amanhecia com a poesia entrando no meu quarto, como que querendo me despertar para a vida cheia de anseios.

Foi assim que me tornei uma poetisa do amor, escrevendo sentimentos que pertenciam a minha própria vida.

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As tragédias de Mariana e Brumadinho

As tragédias de Mariana e Brumadinho: danos existenciais e responsabilidade civil

Autora:
Roberta Salvático Vaz de Mello

O trabalho visa discutir a reparação civil dos danos em massa provocados pelo rompimento das barragens de rejeitos de minério de ferro em Mariana e em Brumadinho, e as funções da responsabilidade civil. Foram usados como referenciais teóricos os seguintes autores: Cristina Serra; Lucas Ragazzi e Murilo Rocha; Adriano de Cupis; Anderson Schreiber; Teori Zavascki; e Nelson Rosenvald, tendo o estudo se desenvolvido a partir do método dedutivo. Assim, após a contextualização e relato dos danos causados em virtude do rompimento das barragens, passou-se a reflexão dos pressupostos de aplicação da responsabilidade civil, abordando-se a conduta, destacando a atividade de risco em razão da atividade mineratória e o ato ilícito; o dano e seu alargamento, tanto os danos patrimoniais (danos emergentes, lucros cessantes, e perda de uma chance), quanto os danos extrapatrimoniais (enfatizando os danos morais, existenciais e estéticos); e o nexo de causalidade e sua flexibilição, bem como os tipos de responsabilidade civil existentes no ordenamento jurídico brasileiro. Feito isso, passou-se ao estudo dos danos coletivos; da tutela coletiva dos direitos / interesses jurídicos; e da tutela processual coletiva, momento em que se discutiu a aplicação dos punitive damages na Ação Civil Pública. Destarte, a tese passou a análise das funções da responsabilidade civil, discutindo as funções compensatória, punitiva e precaucional. Feito isso, na conclusão, denota-se a importância da função precaucional da responsabilidade civil para se evitar danos como os decorrentes do rompimento das barragens de Fundão e B-I, tendo em vista que a função compensatória e punitiva da responsabilidade civil não se mostra suficiente quando se trata de danos em massa, havendo a necessidade de se prevenir os riscos certos e precaver os riscos incertos.

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Orientação Profissional e Gestão de Carreira

Orientação Profissional e Gestão de Carreira: relato de experiências vivenciadas com adolescentes

Organizadora:
Tamilsy Teixeira Casalechi

Os alunos do curso de Psicologia das cidades de Itabirito-MG e Altamira-PA, na disciplina de Orientação Profissional e Gestão de Carreira, realizaram uma pesquisa de campo em escolas de ensino particular e pública dessas cidades. Primeiramente eles aplicaram um questionário contendo várias perguntas sobre a escolha profissional como forma de conhecer um pouquinho a respeito das expectativas desses jovens. Posteriormente, foram marcados encontros com eles para realizarem o trabalho de Orientação. Devido à pandemia do Covid-19, alguns encontros tiveram que ser virtuais, outros presenciais, de acordo com as regras das escolas. Após esses encontros, os alunos do curso de Psicologia tiveram a oportunidade de vivenciar uma prática de orientação e ainda ajudaram muitos estudantes a conhecer outras profissões e fazer uma escolha mais acertada. Foi um desafio lançado por mim logo nos primeiros dias de aula. Confesso que meus alunos ficaram bem assustados com a proposta e com o desafio. Cheguei a pensar que não daria certo, mas alguns alunos responderam muito bem a minha ideia è sentiram que seria algo que acrescentaria muito na vida deles. O resultado não poderia ser diferente. Meus alunos se empenharam demais e conseguiram resultados diferenciados e compreenderam que educação se faz na prática, que precisamos de teoria sim, mas acima de tudo, é necessário vivenciar o que se fala e o que se ouve. Acredito que não foi fácil nem para eles e nem para mim, mas o mais relevante de tudo é quando nos deparamos com os resultados satisfatórios e descobrimos que muitos jovens foram auxiliados com esse trabalho. Isso é gratificante e saber, também, que meus alunos do curso de Psicologia vivenciaram uma prática inesquecível e que aprenderam muito. Professora Tamilsy Casalechi

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Estudos empíricos em processo e organização judiciária

Estudos empíricos em processo e organização judiciária

Organizadores:
Gláucio Maciel Gonçalves
Renata C. Vieira Maia
Giovani Pontes Teodoro
Igor Moraes Rocha

“A insistência em dizer que o direito é objeto de uma ciência social aplicada, reforçando a adjetivação com o particípio passado do verbo aplicar, torna-se ainda mais relevante quando se trata da pesquisa em matéria processual, lugar, por natureza, da aplicação das regras aos fatos, da execução do movimento de correspondência entre ser e dever-ser referido por Kaufmann.

Os trabalhos apresentados neste Estudos empíricos em processo e organização judiciária atestam isso.

Das audiências ao processo coletivo, passando por várias angulações da prova judicial, aspectos essenciais da dinâmica processual são enfrentados. Em vários deles, a jurisprudência, campo típico da pesquisa do direito, se abre para além do cortar e colar das ementas. Os autores vão às decisões judiciais provando o que escapa ao primeiro olhar. Insatisfeitos com as respostas de sempre, cada um, a seu modo, assimila a importância da indagação em propulsão dialética. Uma pergunta leva a outra e a outras, e se revelam para o leitor, que certamente prosseguirá na escala da problematização, um caminho que só se persegue desbravando a empiria.

A esperança é de que essa forma de vivenciar a pesquisa jurídica, dando vazão ao caráter essencialmente empírico da aplicação do direito, se consolide como meio e como método”.

(Do Prefácio, de Miracy Gustin e Mônica Sette Lopes)

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E-Commerce – Debates Inter E Transdisciplinares Com O Marketing, A Contabilidade E O Jurídico

E-Commerce - Debates inter e transdisciplinares com o marketing, a contabilidade e o jurídico

Ciro Antônio Pereira Lemos
Humberto Gomes Pereira
Leonardo Ferreira Vilaça

Não se engane quando o assunto é ‘mercado’, mesmo que seja um cyber mercado! Em que pese ter regramento próprio, a dinâmica da ‘sobrevivência’ no ambiente virtual segue lógica similar àquela dos mercados tradicionais quando consideradas as suas interfaces com certas temáticas, tais como ‘concorrência e planejamento’; nesse viés, para um bom enfrentamento dessa realidade, estudo e aperfeiçoamento contínuos são fundamentais! Importa acrescentar que, inúmeros bons profissionais se formam todos os dias e que as demandas por conhecimentos cada vez mais específicos se apresentam a todo instante – principalmente em um mundo de constantes e novas necessidades tecnológicas. Segundo Andréa Fernandes (2021), CEO do T.Group, outro ponto que merece destaque para todos que vivenciam ou trabalham no universo do e-commerce está no compartilhamento de uma grande meta comum: proporcionar e “garantir a melhor experiência de compra para os clientes — de ponta a ponta” –, tornando “o ambiente digital cada vez mais confiável e convidativo”, e que, por isso, “vendas, retenção, brand awareness”, não passariam de consequência. A verdade é que nunca se utilizou tanto o e-commerce, principalmente diante desse período pandêmico e de seus efeitos para as relações humanas, e, seu futuro é ainda mais desafiador e promissor, principalmente frente às céleres mudanças nas formas de consumir e vender na internet e às disruptivas tecnologias do live commerce, do Metaverso, da inteligência artificial e dos pedidos sem clique! Em suma, um exercício ininterrupto de compreensão do e-commerce em nossas vidas é prática necessária, e, por isso, conhecer sua relação com o ‘jurídico’, com temas e práticas contábeis e saber a importância do marketing para seu exercício – assuntos abordados nesta obra – tornam-se ações e debates vitais para o pretendido êxito de um profissional que busque estudo e ascensão neste citado ecossistema. Que as contribuições presentes neste livro possam servir de reforço para um trato acadêmico constante sobre o comércio eletrônico, sem se bastarem, mas permitindo crescimento comum de todos os leitores e boas trocas – eis as sinceras pretensões dos autores aqui existentes! Leonardo Ferreira Vilaça Professor na UEMG. Doutorando em Direito Privado pela PUC Minas. Mestre em Direito Internacional e Comunitário pela PUC Minas. Mestre em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos – Nova Lima/MG. Especialista em Advocacia Empresarial e em Coordenação Pedagógica pela PUC Minas e em Direito Processual Civil pela Universidade de Itaúna/MG. Advogado. Atua nas áreas de Direito Empresarial, Relações Internacionais de Comércio, Direito e Tecnologia – Legal Tech, Startups e Mercado de Crédito, Propriedade Intelectual, Direito Internacional e Comunitário, e, Soluções Alternativas de Conflitos.