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A Res Publica Entre a Ideia e a História

A RES PUBLICA ENTRE A IDEIA E A HISTÓRIA
Filosofia, eloquência e tradição no pensamento político-jurídico de Marco Túlio Cícero

Autor: Igor Moraes Santos

No século I a.C., as sucessivas crises políticas infligiram transformações irreversíveis à configuração republicana de Roma. Nesse contexto, os romanos, tão afeitos ao legado dos patres, voltaram-se ainda mais para o seu passado, na esperança de reafirmar os alicerces constitucionais. Marco Túlio Cícero foi uma das mais brilhantes mentes a perceber esses novos desafios. Partindo da história romana, buscou delinear a melhor constituição, como tipo misto estável que, lastreado no direito, assegura a liberdade. Para o cônsul, no desenvolvimento da natureza racional, o homem produziu uma forma político-jurídica ótima, assim reconhecível pelo cidadão prudente que, herdando-a, precisa remodelá-la a fim de que permaneça a melhor. O presente trabalho, imergindo no quadro cultural e intelectual da Antiguidade, objetiva traçar os principais aspectos políticos, jurídicos e morais estruturantes da república de Cícero, cujos fundamentos estão situados entre eloquência, filosofia e tradição. Por esse caminho será possível averiguar como a história, por ser o início e o fim da teoria, legitima a ideia de res publica 

 

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Professor e cia

PROFESSOR & Cia.: flexibilização do trabalho docente nos conglomerados educacionais

ANA CLARA MATIAS BRASILEIRO

Belo Horizonte, 04 de maio de 2018. Mais de dois mil professores, alunos e pais de alunos da rede privada de ensino ovacionam os dirigentes do seu sindicato, ao fim de uma greve de dez dias. Sob o mote “nenhum direito a menos”, sentiam-se vitoriosos ao garantirem avanços que, numericamente, pareceriam pequenos, uma vez que distantes da pauta inicialmente apresentada pelo SinPro Minas. Mas o sentimento que emanava das falas dos inscritos e das reações da Assembleia era de que se tratava de uma vitória histórica, paradigmática e extremamente árdua. Dois fatores eram constantemente apresentados como responsáveis por tal dificuldade: a aprovação, no ano anterior, da chamada Lei da Reforma Trabalhista, que trazia diversas alterações predominantemente desfavoráveis ao trabalhador, dentre elas, a superioridade normativa das negociações sobre as leis, ainda que para reduzir o patamar de direitos trabalhistas; e a força, na mesa de negociações, dos grandes grupos educacionais, em especial aqueles de capital aberto. Essa cena parece ser um dos diversos desdobramentos de dois fenômenos correlatos que vêm, nas últimas décadas, tendo espaço no Brasil e no mundo, em intensidade cada vez maior. E é esse o cenário em que se insere este livro, no qual Ana Clara Matias Brasileiro nos convida a investigar como a flexibilidade na gestão de companhias educacionais abertas tem afetado os professores universitários.

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Dolo: Da Linguagem Às Neurociências

Dolo: da linguagem às neurociências

autor: Thiago Dias de Matos Diniz

Apesar da adoção das teorias volitivas e de cunho psicológico do dolo pela doutrina majoritária brasileira, as teses normativistas que questionam a presença de fatos ou estados psicológicos na definição do dolo vêm crescendo com farto arcabouço teórico. O debate entre as vertentes opostas, porém, parece embaçado por uma série de confusões conceituais, cujas raízes se encontram no plano extradogmático. O presente trabalho mostra alguns problemas de base no modo como se estruturam, em geral, os argumentos de ambas as vertentes, destacadamente, problemas de ordem hermenêutica, pragmática e empírica-cognitiva. Os primeiros são esclarecidos a partir de uma reconstrução fenomenológica tanto do finalismo penal, quanto da indagação acerca da demonstrabilidade de um estado de consciência. Os segundos, através de contribuições da filosofia da linguagem sobre o modo como empregamos conceitos psicológicos, como intenção, e sua relação com o sentido, especialmente moral, da ação. O último campo de problemas é aberto a partir da constatação de que as neurociências fornecem dados relevantes acerca de nossas intuições que subjazem à responsabilização de um sujeito conforme o caso doloso, e revelam nuances e fatores até então ocultos no modelo reducionista racional, assumido pelo direito penal, de consciência e representação, do lado do autor, e da garantia de um juízo fundamentado e estritamente sobre o fato, do lado da cognição ou argumentação judicial. Na medida em que esses problemas aparecem, notam-se suas relações com algumas questões não resolvidas na dogmática do dolo, e são analisadas as tentativas de solucioná-las a partir das principais teses contemporâneas sobre o elemento subjetivo do tipo.

 

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Questões Virais: Leituras Sobre A COVID-19 No Brasil

Questões Virais: Leituras sobre a COVID-19 no Brasil

Organizador: Valderí de Castro Alcântara

“Questões Virais: Leituras sobre a COVID-19 no Brasil” apresentamos estudos teóricos e empíricos sobre a pandemia da COVID-19 no Brasil considerando como ela vem performando crises sanitárias, ecológicas, políticas, econômicas e sociais. Nesse sentido, é um livro sobre os tempos difíceis que estamos vivendo. No livro problematizamos, a partir de diferentes áreas do conhecimento, como a administração, a sociologia, a pedagogia, a demografia, o direito, o serviço social, a ecologia, dentre outras, a compreensão sobre nosso futuro comum. Esperamos que ele possa contribuir com reflexões sobre a COVID-19 no Brasil e que nos dê forças para superar o momento que vivemos e não cair na ideia de um “novo normal”: Precisamos construir novas alianças e novos mundos.

Autores: Reinaldo da Silva Júnior, Ana Paula Lemes de Souza, Raphael Vianna, Ana Suelen Tossige Gomes, José Vitor Lemes Gomes, Bruna da Costa Silva, Daiane de Oliveira Gonçalves, Luiz Otávio de Oliveira Pala, Luísa Pimenta Terra, Ana Paula Santos Diniz, Adriana Severo Rodrigues, Maria Paula Lopes de Araújo, Mateus Mursa Bastos dos Santos, José Heleno Ferreira, Letícia Helena de Oliveira Ferreira, Liderjane  Gomes da Mata, Regina Aparecida de Morais, Valderí de Castro Alcântara, Ana Paula Santos Diniz, Jeferson Neri, Alyce Cardoso Campos.

 

 

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A violência do nómos

A violência do nómos

elementos para uma leitura crítica dos fundamentos do direito

Joyce Karine de Sá Souza

Obras rebeldes, críticas e “menores” – no sentido que Deleuze & Guattari dão a essa palavra ao classificar a literatura de Kafka – como este fascinante A violência do nómos: elementos para uma leitura crítica dos fundamentos do direito, da Professora Doutora Joyce Karine de Sá Souza, são não apenas necessárias, mas de extrema urgência, especialmente no naufrágio universal em que hoje sobrevivemos. As reflexões deste livro se ligam a uma outra matriz de pensamento, a da filosofia radical, que pensa agindo e age pensando, de modo que a denúncia do direito nômico, ou seja, centrado na apropriação, na separação e na exclusão-inclusiva típica do estado de exceção, não se resolve em uma dissertação abstrata descomprometida com o real. Ao contrário, os dois primeiros capítulos deste livro integram a pars destruens de um projeto muito mais ousado, an-árquico e eutópico, qual seja, a reconfiguração libertária do direito, o que passa pela proposta da ativação dos contrapoderes de alegres e monstruosas multidões, compondo assim nos dois últimos capítulos a pars construens de um discurso profundamente comprometido com a tradição dos oprimidos e com a vida verdadeira de que falavam tanto Guy Debord como Arthur Rimbaud, companheiros de barricada da autora que perpassam, como um perfume revolucionário de alta voltagem, o quarteto jusfilosófico aqui alinhavado. 

 Andityas Soares de Moura Costa Matos