Categorias
Uncategorized

Investimentos Internacionais e Desenvolvimento em Países Emergentes

Investimentos Internacionais e Desenvolvimento em Países Emergentes

Autor:
Thiago Ferreira Almeida

A regulação internacional dos investimentos estrangeiros decorre de um processo histórico de internacionalização de sua proteção, a partir de práticas e normas aplicadas desde as grandes navegações, incluindo os períodos do colonialismo e imperialismo, até o contexto contemporâneo pós-2ª Guerra Mundial, caracterizando o Direito Internacional do Investimento. As antigas metrópoles europeias, Estados Unidos e o Japão, constituem-se como as tradicionais economias exportadoras de capital enquanto as nações que se tornaram independentes nos séculos XIX, na América Latina, e XX, África e Ásia, qualificam-se como economias importadoras de capital. O século XXI, por sua vez, inaugura um novo paradigma do Direito Internacional do Investimento ao reconhecer novas nações exportadoras de capital: as economias emergentes. A alteração da conjuntura econômica global, observada em novos agrupamentos, como BRICS e G20, possibilitou o reconhecimento de recentes exportadores de capital, ainda que mantenham considerável nível de importação de capital. A alteração no paradigma de proteção do investidor estrangeiro, sobretudo, a partir de 2015, ocorre em três níveis, bilateral, regional e multilateral. Nesse sentido, as economias emergentes afastam-se do modelo de tomadoras de normas (rule takers) para se configurarem como formadoras de normas (rule makers). Na instância bilateral, observa-se a substituição dos tradicionais acordos bilaterais de investimento (Bilateral Investment Treatment – BITs) por instrumentos mais equilibrados, a criação de modelos próprios dos emergentes, a denúncia de BITs e a alteração para a facilitação do investimento, como no caso brasileiro dos Acordos de Cooperação e Facilitação do Investimento (ACFI). No nível regional, observa-se a criação de acordos a tratar de forma conjunta comércio e investimento, envolvendo grande número de países, conhecidos como os mega acordos. No nível multilateral, a ausência de acordos de investimentos, a falta de consenso para a finalização da Rodada de Doha e o bloqueio do Órgão de Apelação do Sistema de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio contribuem para o retorno de práticas protecionistas dos países desenvolvidos, a fragmentação do sistema econômico global, a tendência à desglobalização e a pluralidade de tratados. Nesse sentido, a perspectiva emergente insere-se em duas espécies: (i) integração cautelosa, via modelos próprios de BITs dos emergentes, como China e Índia; e (ii) não integração ao sistema, como Brasil e África do Sul. A obra objetiva analisar de forma crítica o Direito Internacional do Investimento sob a perspectiva dos países emergentes, em especial considerando a posição histórica da América Latina, as estruturas neocoloniais e o tratamento unilateral conferido aos investidores estrangeiros, em prejuízo aos Estados receptores de investimento.

Categorias
Uncategorized

A Necessidade Da Formação Continuada Para Os Professores De Química – Desafios E Dilemas

A Necessidade Da Formação Continuada Para Os Professores De Química - Desafios E Dilemas

Autora:
Ana Cleia Dos Santos Silva

A necessidade da formação continuada torna-se bastante relevante na vida dos profissionais da educação que lecionam a disciplina de química, pois contribui para o que foi aprendido na graduação e faz com que o professor possa melhorar seu trabalho e sua metodologia fazendo com que o aprendizado dos estudantes se torne mais significativo e prazeroso.Diante disso, o objetivo desejado na produção deste trabalho foi averiguar a necessidade que os professores de química têm em participarem de formações continuadas para a obtenção de um melhor aproveitamento de seus trabalhos destacando os dilemas e as dificuldades que os mesmos encontram no desempenho de sua função como educadores. Assim, a presente pesquisa foi realizada com professores que lecionam a disciplina de química e com os alunos da 3ª série dos turnos manhã e tarde de uma escola situada na zona rural pertencente ao município de Macapá/AP, cujo instrumentos utilizados para a obtenção dos dados necessários a realização da pesquisa foram o uso do questionário e a observação não- participante, e devo frisar que foi realizado em um período bastante conturbado tanto para mim como pesquisadora quanto para os agentes participantes da pesquisa. No entanto, consegui concluir a pesquisa a qual me propus a realizar levando-me a concluir que a formação continuada é uma extensão de nossa graduação que deve continuar para que possamos acompanhar as mudanças que ocorrem em nossa sociedade, pois os jovens de hoje em nada se parecem com os de 20 anos atras e que estão conectados a todo momento ao uso das tecnologias, principalmente quando se trata das disciplinas de exatas, que são tão complexas e difíceis de aprender, por isso devemos aprender novas formas e métodos de poder proporcionar um bom aprendizado aos nossos alunos, despertando neles o interesse em aprender sobre algo tão essencial a suas vidas.

Categorias
Uncategorized

Recuperação de Empresas em tabelas

Recuperação de Empresas em tabelas

Autor:
Leonardo Gomes de Aquino

É com uma enorme satisfação que me coloco diante de vocês para apresentar uma obra singular e enriquecedora, intitulada “Recuperação de empresas em Tabelas”, escrita pelo querido amigo e talentoso professor Leo Aquino. E permitam-me, de início, compartilhar algo especial: tive o privilégio de conhecer o professor Leo por meio das redes sociais, onde compartilhamos diversos grupos de discussão, especialmente formados via WhatsApp, para debater e aprofundar temas relevantes do universo jurídico. Essa aproximação virtual permitiu-me conhecer o professor Leo de perto, apreciando sua dedicação incansável ao estudo do Direito Empresarial e sua notável habilidade em tornar conceitos complexos em algo acessível e envolvente. São infindáveis as suas participações em texto, imagens ou vídeos nas redes sociais, sempre visando facilitar a compreensão o estudo do Direito Empresarial. Essa obra só prova que é mais um entusiasta da ideia de que o estudo do Direito Empresarial não precisa ser complexo; é possível estudá-lo em modo facilitado e ainda assim obter resultados em alto rendimento. Quando soube que ele lançaria um livro sobre “Recuperação de empresas em Tabelas”, confesso que aguardei ansiosamente para mergulhar nesta obra que prometia ser uma verdadeira revolução no modo de abordar esse tema tão ansioso. Qual não foi a minha surpresa quando soube que teria acesso antecipado aos originais, para fazer a sua apresentação! Ao iniciar a leitura, não demorou muito para perceber que minhas expectativas foram superadas. O livro não apenas apresenta conteúdos relevantes de forma didática e organizada, mas também incorpora uma abordagem inovadora de Visual Law que enriquece a experiência de aprendizado. Cada capítulo, dividido em três partes distintas, oferece uma visão abrangente e estruturada, facilitando a compreensão e a retenção do conhecimento. A primeira parte, apresentada em tabelas, torna-se uma ferramenta valiosa para visualizar e assimilar os principais aspectos da recuperação judicial e da falência de maneira clara e concisa. Em seguida, a segunda parte, por meio de mapas simbólicos e gráficos, oferece uma perspectiva visualmente estimulante, tornando o estudo mais atrativo e prazeroso, seja para os estudantes em formação ou para profissionais em busca de atualização.

No entanto, devo destacar que a obra de Leo Aquino vai além de um mero livro de estudo, tornando-se uma fonte de referência indispensável para consultas profissionais. A terceira parte, que apresenta a jurisprudência temática de maneira didática, revela o comprometimento do autor em oferecer um material completo e atualizado, que auxiliará os operadores do Direito em suas práticas. Além de suas brilhantes contribuições acadêmicas, tive o prazer de testemunhar a participação ativa do professor Leo nos grupos de discussão. Sua presença sempre atenciosa e esclarecedora tem sido um estímulo para a construção de conhecimento coletivo. É notável como ele busca, incansavelmente, compartilhar seu saber, auxiliando os colegas e alunos em suas dúvidas e debates. Em resumo, “Recuperação de empresas em Tabelas” não apenas reflete o conhecimento e dedicação do professor Leo Aquino, mas também representa um marco importante na educação jurídica. A abordagem inovadora, aliada à sua presença ativa nas redes sociais e grupos de discussão, reafirma o compromisso do autor em levar o conhecimento do Direito Empresarial a um público cada vez maior e mais diversificado. Parabenizo, portanto, Leo Aquino, por esta obra magnífica que certamente conquistará o coração e a mente daqueles que buscam aprimorar seus conhecimentos na área empresarial. “Recuperação de empresas em Tabelas” é uma leitura obrigatória para todos que desejam compreender, envolver-se e aplicar de forma eficiente os intrincados aspectos da recuperação judicial e da falência. Desejo a todos os leitores uma excelente jornada de aprendizado e uma experiência enriquecedora com esta obra tão significativa para a área jurídica. E que não demore a vir outros volumes do Direito Empresarial – em Tabelas. 

Giovani Magalhães

Professor de Direito Empresarial da Universidade de Fortaleza – UNIFOR

Categorias
Uncategorized

Relativização Da Coisa Julgada

Relativização Da Coisa Julgada

Autor:
Oto Leandro Rodrigues Ribeiro

A presente obra ambiciona a devida compreensão do Instituto da Coisa Julgada, ligada ao princípio da segurança jurídica e imprescindível ao Estado Democrático de Direito, instituto este que, não poderá ser visto de maneira absolutória, suscetível de revisões. Neste sentido, explora de maneira doutrinária e jurisprudencial, meios legais que ensejam o afastamento da Coisa Julgada relacionada a decisões injustas, imorais e inconstitucionais. Classifica os tipos clássicos de sentença e especifica as teorias da coisa julgada. Expõe a flexibilização da coisa julgada que afronta os direitos fundamentais e o entendimento da Suprema Corte em relação a ação de investigação de paternidade sem a realização de DNA, sentenças que fixa contra o Estado indenização indevida ou em valor exorbitante e, por último, a proteção constitucional da coisa julgada em relação ao princípio da irredutibilidade.

Categorias
Uncategorized

Antes e depois das grades: uma análise sociológica de histórias que antecedem e sucedem a privação de liberdade

Antes e depois das grades: uma análise sociológica de histórias que antecedem e sucedem a privação de liberdade

Autora:
Débora Cecília Ribeiro Costa

“Antes e depois das grades” é uma coletânea. A primeira parte corresponde à etapa extramuros, e conta com a apresentação do relato da trajetória de vida de Gregório Andrade, egresso do sistema prisional. Sua história é interpretada a luz de diversas correntes da sociologia do crime, com algumas contribuições da psicologia e da filosofia, que trabalham com a identificação de fatores sociais que influenciam o comportamento criminoso. Pretendeu-se identificar o ato criminoso como uma ação condicionada socialmente, sem retirar, no entanto, a responsabilidade do sujeito que comete o crime. Esse estudo foi realizado a partir da metodologia qualitativa denominada história oral, em sua modalidade denominada história de vida.

Já a segunda parte, equivalente ao período intramuros, e por isso, por trás das grades, traz um estudo sobre os efeitos da indeterminação do tempo na trajetória de adolescentes que cumpriram medida de internação. Para isso, foram analisados os resultados percebidos por adolescentes desligados de um centro socioeducativo, do município de Belo Horizonte, em 2015, no que diz respeito ao tempo de privação de liberdade. Buscou-se ainda compreender os critérios utilizados pela equipe da unidade pesquisada para avaliar o tempo necessário para o desligamento do adolescente. A metodologia utilizada foi a entrevista semiestruturada.

Assim, esse livro é protagonizado por muitas vozes, as quais, representadas pelos entrevistados, encontram ressonância em nosso cotidiano. Portanto, pensar nessas histórias é pensar em alternativas para o nosso complexo Sistema de Justiça.

Palavras-chave: História oral, História de vida, Motivações para o crime, Criminalidade, Adolescente, Internação, Indeterminação do tempo.

Categorias
Uncategorized

Até quando? O tempo por trás das grades: Uma análise das estratégias dos adolescentes frente à indeterminação temporal da medida socioeducativa de internação

Até quando? O tempo por trás das grades: Uma análise das estratégias dos adolescentes frente à indeterminação temporal da medida socioeducativa de internação

Autora:
Débora Cecília Ribeiro Costa

Nos casos de aplicação da medida socioeducativa de internação o Estatuto da Criança e do Adolescente aponta somente o tempo máximo de duração – a saber: três anos -, e não
apresenta indicações temporais para os diferentes atos infracionais. Esta dissertação visa
compreender como a incerteza temporal quanto à extensão da privação de liberdade é
vivenciada e representada pelos adolescentes, de maneira a investigar de que modo tais
percepções interferem na definição situacional edificada durante o período de acautelamento. Para responder ao problema deste estudo, primeiramente, fez-se um panorama geral de Minas Gerais, a partir de uma análise quantitativa dos tempos de internação deste estado. Verificou-se uma correlação estatística entre tempos maiores de acautelamento e o crime de homicídio, assim como para adolescentes mais novos. Na sequência, as entrevistas semiestruturadas realizadas aos adolescentes em regime de internação em Belo Horizonte foram interpretadas, revelando como a indeterminação temporal estimula os adolescentes a se esforçarem para a aceleração do seu desligamento, mediante a construção de estratégias voltadas para o término da internação. Os adolescentes sinalizaram o cumprimento da medida a partir de um processo de racionalização, em uma tentativa de controlar o tempo intramuros.

Palavras-chave: Internação, medida socioeducativa, indeterminação temporal, tempo,
adolescente autor de ato infracional, punição, definição situacional, racionalização.

Categorias
Ciências Jurídicas Uncategorized

Livro Direito, economia e crise da empresa

Direito, economia e crise da empresa - 2024

Os institutos disciplinados na Lei n. 11.101/05 estão certamente entre os maiores exemplos da importância da análise econômica do Direito como método de estudo e desenvolvimento de regras legais.

Isto porque a crise econômica da empresa – e sua possível insolvência – expõe, de forma evidente, as limitações dos comandos legais em relação à premissa econômica de restrição dos recursos materiais disponíveis, ou, dito de outro modo, escassez.

O instituto da recuperação da empresa, especialmente em sua forma judicial, coloca-se como centro de um cenário no qual se busca atender à busca pela preservação da unidade produtiva ao mesmo tempo que se pretende respeitar as obrigações e relações jurídicas assumidas, tudo isso envolto pela incapacidade de pagamento, ainda que temporária. do empresário ou sociedade empresária.

A proposta deste livro é. neste sentido, analisar as regras legais referentes a recuperação de empresas e a falência sem nunca abandonar a constatação de que tais comandos colaboram, mas não resolvem, por si só, o problema da crise econômica dos agentes empresariais.

Para isso, o livro se utiliza de constantes referências a aspectos que extrapolam a simples analise dogmática de dispositivos legais. sempre com o objetivo de ser útil tanto a estudantes quanto a profissionais das diversas áreas do conhecimento envolvidas na complexa realidade da insolvência.

Categorias
Ciências Jurídicas Uncategorized

Direito do mercado, financeiro e do crédito

Direito do mercado financeiro e De crédito - 2024

Autor:
Eduardo Goulart Pimenta

O estudo do Direito Empresarial sempre passou, desde os tempos em que a disciplina era denominada Direito Comercial, pelo estudo dos Títulos de Crédito. 

Baseada na apresentação e análise das normas sobre a Letra de Câmbio, Nota Promissória, Cheque e Duplicatas, a matéria tornou-se, com o tempo, objeto de crescentes críticas, ao fundamento de que se desconectava da realidade das transações envolvendo o uso do crédito. 

É, de fato, inegável que os quatro modelos fundamentais sobre os quais a disciplina se apoiava caíram, em maior ou menor proporção, em desuso, o qual se aprofundou a partir da massificação das transações pela internet. Apesar disso, ainda é indispensável, para a boa compreensão da regulação jurídica das relações creditícias, o conhecimento de institutos como endosso, aval e protesto, os quais têm, ainda hoje, grande utilidade. 

Conciliar a necessária abordagem destes temas, ainda caros ao estudo da disciplina, com questões decorrentes, em sua maioria, da já aludida massificação das transações pela internet, foi o ambicioso objetivo deste trabalho. 

Desta forma, o texto procura apresentar e analisar institutos ligados à forma tradicional do tema e, em sequência, conciliá-los com questões atuais, como a disseminação de arranjos de pagamento, smart contracts, data science e financiamento participativo, entre outros. 

Neste caminho, a abordagem se divide em dois grandes eixos, sendo um deles dedicado ao estudo do fornecimento de crédito com patrimônio próprio e o outro referente ao fornecimento de crédito realizado a partir de dinheiro captado, pelo fornecedor, no mercado. 

Categorias
Uncategorized

Revista De Direito Mercantil Industrial, Econômico E Financeiro 180/181

Revista De Direito Mercantil Industrial, Econômico E Financeiro 180/181

Doutrina e Atualidades:

 1 – “Infraestruturas de Mercado Financeiro em registro distribuído: uma abordagem institucional das atividades de Depositário Central e de Sistemas de Liquidação” (autoras: Juliana Facklmann, Paloma Alvares Sevilha, Camila Villard Duran)

2 – “O Movimento de Ascensão do Compliance Anticorrupção a partir da Promulgação do Foreign Corrupt Practices Act” (autora: Gabriela Forti Pimentel Teixeira)

3 – “Análise de monopsônios na jurisprudência do CADE sob a Lei 12.529/11: Um campo a descobrir?” (autor: Gustavo Manicardi Schneider)

4 – “A diversidade de gênero na alta administração: Tokenismo, Conexões Pessoais e Diretoras de Enfeite” (autora: Thais Calixto de Abreu)

5 – “Incorporações de Instituições Financeiras e Regulação: Encontros e Desencontros entre os Regimes Societário, Tributário e Contábil” (autor: Yann Santos Teixeira)

6 – “A Mitigação do Aproveitamento Parasitário de Marcas à Luz do Emprego de Expressões de Uso Comum: Uma Breve Análise Jurisprudencial” (autora: Karina Cesana Shafferman)

7 – “Cláusula Take or Pay: Uma Análise Jurisprudencial de Aplicabilidade no Direito Brasileiro” (autoras: Batya Tabacnik, Laura Ustulim, Roberta Villela)

8 – “Regulamentação de Criptoativos: Óbice ao Progresso ou Intervenção Dispensável” (autora: Giulia Feitoza Germano)

9 – “A Vedação à Purga da Mora nos Contratos de Alienação Fiduciária Em Garantia Regidas Pelo Decreto-Lei 911/69 e a Eficiência Econômica” (autor: Andrey Francisco de Campos)

10 – “A Lei n. 14.195/2021 e a Extinção da EIRELI” (autor: João Victor Bonini Kehdi 

Categorias
Uncategorized

Entre Direito e Literatura: Caminhos Outros

Entre Direito e Literatura: Caminhos Outros

Organizadora:
Luísa Consentino de Araújo

Autores:
André Luiz Freitas Dias
Dayler William Souza Lopes Barbosa
Fernando Antônio de Mélo
Gabriella Sabatini Oliveira Dutra
João Lucas Sales Prates
Luciana da Silva C. Gonçalves
Luciana Pimenta
Luisa Guimarães Matheus
Maria Fernanda Salcedo Repolês
Maria Helena Benarrós Kai
Maria Theresa Ianni

Passemos ao corpo. Passamos sempre pelo. O corpo que é uma estrada que margeia, que é composta de vários acostamentos, um espaço feito para se andar descalço ouvindo as palavras que não foram ditas, o som do próprio grito da escuta da subjetividade que perpetrou e que é tão urgente. Um desejo puro, que nos atravessa e pelo qual somos atravessados. O desejo que mesmo que latente não faz milagres, mas sempre nos leva a ir além, desfrutar dimensões incógnitas, nos permite transgredir, sair das rotinas e do padrão, nos torna aptos a recusar o raso e o superficial de nossas vidas. Porque o viver carece de uma certa porção de assombro, de uma ânsia, de uma pulsão. O que este texto propõe é o movimento, sejamos buscadores natos, pessoas sensíveis ao que é o corpo na sua concepção inaugural e natural, um corpo que é habitado por um gozo incômodo, que resiste aos pensamentos e aos ideais. Um corpo que é o que escapa e o que não passa pelas palavras, que é uma experiência perturbadora, mas que povoa os afetos, gerando e permitindo afetações. Proscrevemos a condição de ser permanente e estruturalmente segregado, hierarquizado e rotulado. Uma abordagem que leva em conta, e que tem como relevante a transferência, a possibilidade do vínculo que rompe todos os vínculos. Um ato, uma ação, uma prece que repete e conclama que não percamos a capacidade de visualizar a singularidade de cada ato de uma vida que é sempre e tanto única. Somos (uni)(Verso), regência e referência incontornável. Organismos vivos em total devoção ao que alguns chamariam de cantua: ponto especial de linhas que se cruzam e criam espacialidade, a expressão autoral e individual de nossas emoções, a visão do topo de quem contempla e ad(mira) uma paisagem. Encruzilhadas e que envolvem o Ser, sentir, pensar, existir a totalidade do que temos como direitos e literatura humana, a dignidade de adotar posicionamentos éticos e não estéticos. O eco de ser mesmo num mundo em decomposição, repleto de injustiças, encontrar uma forma de sempre apostar na vida.

Aline Venutto