Categorias
Uncategorized

Perspectivas do Direito Privado Brasileiro

Perspectivas do Direito Privado Brasileiro

Coordenação:
Marlon Tomazette
Daniel Amin Ferraz

A sociedade contemporânea passa por mudanças de forma cada vez mais veloz e isso afeta especialmente o direito privado, como responsável pela disciplina das relações privadas em seus conceitos fundamentais. Dentro dessa perspectiva, é muito frequente que se reconheça falhas no sistema e se propõe mudanças especialmente dentro da legislação. Nesse sentido, foi instituída pelo Ato do presidente do Senado Federal nº 11/2023, uma Comissão de Juristas com a tarefa de elaboração de um anteprojeto de Lei para revisão e atualização da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). Essa comissão apresentou ao Senado Federal um anteprojeto de reforma do Código Civil com propostas de alterações em um grande número de dispositivos. Naturalmente, um trabalho tão extenso como esse merece reflexões. O presente livro visa a analisar algumas das alterações propostas, sem, obviamente, ter a pretensão de esgotar o tema. A análise de tais propostas tem por função amadurecer as reflexões relacionadas às mudanças, considerando a disciplina, ou ausência de disciplina atual, bem como as perspectivas de aplicação das mudanças propostas. Não se trata de um exercício de futurologia, mas, de uma análise de textos propostos à luz da doutrina e experiências atuais.

Categorias
Uncategorized

A Banalidade do Mal Entre o Direito e a Internet o Discurso de Ódio a Partir de uma Releitura Arendtiana nas Redes de Relacionamento Social

A Banalidade do Mal Entre o Direito e a Internet o Discurso de Ódio a Partir de uma Releitura Arendtiana nas Redes de Relacionamento Social

Autora:
Thaisa Carvalho Batista Franco De Moura

A comunidade internacional assiste, ainda hoje, a um acentuado debate envolvendo a internet, as redes sociais e o discurso de ódio. Esse fenômeno, ainda que recente, está atuando como ferramenta amplificadora de inúmeras violações à dignidade humana e, em especial, quanto aos derivativos direitos da personalidade. Nesse cenário, a ciência jurídica é questionada sobre a sua real contribuição neste processo em que se buscam respostas aos inúmeros e contínuos problemas cada vez mais frequentes. O viés jurídico do assunto reflete sobre os limites e aplicabilidade das leis nacionais e regras de direito internacional no ambiente virtual. Desse modo, a problemática do estudo se encontra na constatação de que o sistema jurídico, embora tenha atingido o seu desiderato no século XX, não se revela mais adequado quanto à proteção da dignidade da pessoa humana frente a este novo fenômeno que envolve as redes de relacionamento existentes na internet. Esta será demonstrada, inclusive, por meio de casos representativos do mencionado conflito. As bases teóricas da pesquisa são dignidade humana, o discurso de ódio, a banalização do mal e a transnacionalidade das relações de internet. Quanto à metodologia utilizada, o estudo foi classificado quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa será descritiva e o método dedutivo. Descritiva, porque visa apresentar e examinar os conceitos centrais na perspectiva do fenômeno apresentado e método dedutivo, porque a pesquisa é realizada através de estudo bibliográfico e documental e parte- se da observação de um fato geral para explicar as características particulares de um objeto individual. No que se refere à abordagem da pesquisa, será qualitativa, a partir da análise dos argumentos investigados e identificação dos resultados segundo a valoração dos dados coletados. Por sua vez, o marco teórico escolhido será atualidade do século XXI – período em que se iniciam os debates, ainda que embrionários, acerca do tema. Considerar-se-ão as principais manifestações sobre a proteção da dignidade da pessoa humana no âmbito do Direito brasileiro e Internacional Privado, além de considerados os recentes debates filosóficos e jurídicos sobre a influência das redes sociais na ampliação das agressões aos direitos da personalidade relacionados com religião, cultura, política, gênero e etnia. O trabalho se deu em razão da acuidade do tema. Trata-se de matéria atual e de suma importância para o enriquecimento das discussões sobre o tema. Assim, inicialmente, aborda-se a banalidade do mal na sociedade digital, sendo tratadas a banalização do mal e a dignidade da pessoa humana na sociedade digital sob o enfoque jusfilosófico. No segundo capítulo, é estudada a transnacionalização do discurso odioso através da internet, são realizados estudos de Direito Comparado e, não menos importante, são levantados dados das plataformas digitais sobre o tema. O terceiro capítulo versa sobre a banalização do mal através das redes sociais digitais como fenômeno per se. Por fim, mesmo que a pretensão não seja esgotar as possibilidades do tema, a pesquisa, ao levantar esta proposta de análise sobre o discurso odioso, poderá oferecer subsídios de análise a outros pesquisadores que pretendam o aprofundamento da matéria.

Categorias
Uncategorized

Moradia, Educação e Cidade: Direitos de Crianças e Adolescentes do Residencial Viver Melhor, em Manaus-AM

Moradia, Educação e Cidade: Direitos de Crianças e Adolescentes do Residencial Viver Melhor, em Manaus-AM

Autora:
Vânia Maria Marques Marinho

A tese trata da intersecção entre o direito à moradia e os direitos à educação e à convivência comunitária de crianças e de adolescentes, com foco nos moradores do Residencial Viver Melhor, empreendimento resultante do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Manaus. O problema investigado foi se houve em sua execução e, em caso afirmativo, em qual medida, falta de planejamento urbano adequado e consequente interferência, no que concerne à proteção de direitos das crianças e adolescentes, especialmente à educação e à convivência comunitária. Optou-se por fazer uso de procedimentos do estudo de caso, combinados a uma pesquisa bibliográfica e documental, com levantamento de referencial teórico a respeito dos temas abordados e coleta de dados, consistente em fontes dos processos administrativos e judiciais relativos ao Residencial Viver Melhor, com devida análise da legislação pertinente. A pesquisa conclui que a construção do conjunto habitacional, embora tenha proporcionado acesso à moradia aos seus beneficiários, gerou problemas decorrentes da falta de planejamento que garantisse os seus demais direitos sociais, em especial de crianças e adolescentes. Enfatiza-se a importância de planejar políticas públicas habitacionais comprometidas também com os direitos à cidade, à educação e à convivência comunitária da população infantojuvenil.

Categorias
Uncategorized

Análise dos Conflitos Envolvendo Povos Indígenas Sob o Prisma da Visão Territorial: o Caso da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Análise dos Conflitos Envolvendo Povos Indígenas Sob o Prisma da Visão Territorial: o Caso da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Autora:
Tereza Cristina Mota Dos Santos Pinto

A Obra trata da tensão entre as premissas da legislação brasileira e o modo de organização sociocultural dos povos indígenas por visões distintas sobre a terra, a partir do caso da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A pergunta norteadora deste trabalho interpela a possibilidade de harmonizar os preceitos jurídicos do Estado Democrático de Direito e a forma de organização político-social dos indígenas no cenário da construção e operação de grandes obras e atividades na Amazônia, notadamente a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, minimizando os conflitos inerentes, em especial os relacionados à questão da terra. A metodologia eleita implicou pesquisa qualitativa, associada à coleta e análise de textos, de caráter interdisciplinar, perpassando áreas como as Ciências Ambientais e Jurídicas, Sociologia e Geografia, por meio do estudo do caso em questão. A partir daí, os procedimentos metodológicos elencados forneceram o alicerce fundamental para o caminho do “caso à pesquisa”, alcançando a discussão a respeito da invisibilidade dos povos indígenas e a desconsideração das minorias, para desaguar nos conflitos por terra envolvendo povos indígenas, diante da sua visão de uso e propriedade, a partir do estudo de caso escolhido. Dessa forma, enfatiza-se a necessidade de compatibilização prática de diversas perspectivas de propriedade e uso da terra, considerando a peculiar visão no seio dessas comunidades, que se confunde com a própria essência da vida e constitui laços que dirigem o modo de ser e se relacionar com o mundo.

Categorias
Uncategorized

Direito ao cuidado: Sua Afirmação a partir do Espectro Autista

Direito ao cuidado:
Sua Afirmação a partir do Espectro Autista

Autora:
Taís Batista Fernandes


O TEA afetará as pessoas de formas distintas, não há padrão de trata- mento, razão pela qual as práticas do cuidado deverão considerar as necessidades individuais. De igual sorte, os neurotipicos, quando atravessarem situações da vida em que a sua vulnerabilidade clame pela adoção de práticas de cuidado, necessitarão que tais práticas consider- em suas necessidades, sob pena de se proliferar a adoção de rol taxati- vo para cobertura de eventos, com a negativa de prestação do serviço, pela incompreensão do que é cuidar.
Neste sentido, é premente a estruturação de um sistema de justiça no qual os Poderes da República e as instituições, tais como o Ministério Público e a Defensoria Pública, sejam vocacionados ao fortalecimento da cultura do cuidado, do reconhecimento da vulnerabilidade ínsita à pessoa humana e que infortunios acontecem com pobres e ricos, jovens e idosos, homens, mulheres e pessoas LGBTQIAPN+.
Cuidado não é favor. Cuidado envolve afeto, mas ninguém sobrevive apenas com afeto. Cuidado é trabalho, obrigação e ajuda. Cuidado encarta uma pluralidade de sentidos. Cuidar se aprende na prática. Cuidado não é mera carta de intenções. Cuidado é vida, necessidade e realidade. Todas e todos necessitamos de cuidado, a despeito de gênero, raça, cor ou classe. Mas a distribuição das cargas é injusta, também advinda de recortes de gênero, raça, cor e classe. Cuidar e ser cuidado é direito da pessoa em situação de vulnerabilidade e, em última instância, de todos os seres humanos. Vulnerabilidade não se relaciona apenas com envelhecimento, deficiência, doença, infância e materni- dade. A Pandemia de Covid-19 comprovou que o cuidado é necessário, indispensável em tempos difíceis. Por uma sociedade em que o cuidado seja reconhecido como um direito, um dever e pilar da democracia.

Categorias
Uncategorized

Autonomia Privada, Sujeito Coletivo e Afirmação do Direito ao Corpo dos Povos Indígenas

Autonomia Privada, Sujeito Coletivo e Afirmação do Direito ao Corpo dos Povos Indígenas

Autor:
Ricardo Tavares de Albuquerque


O livre desenvolvimento da personalidade de um sujeito coletivo, em um contexto de relação de complementaridade com a sociedade, é o ponto de partida ao se tratar do direito dos povos indígenas de afirmar suas personalidades. Não se pode continuar a leitura de suas pessoas e atributos personalíssimos com base na construção da pessoa ocidental, oriunda de indivíduos genéricos em perpétua tensão entre o público e o privado.

Categorias
Uncategorized

A Situação dos Direitos das Mulheres Presas no Estado do Amazonas

A Situação dos Direitos das Mulheres Presas no Estado do Amazonas

Autor:
Neuton Alves de Lima

Este livro é o resultado da pesquisa que o autor realizou no Programa de Doutorado em Direito da FMG. A obra discute os direitos básicos, como saúde, educação e trabalho, bem como as reais condições das mulheres privadas de liberdade no estado do Amazonas, com recorte no Centro de Detenção Feminino de Manaus, entre 2022 e 2023, a partir de dados documentais e bibliográficos. A pesquisa inicia apontando a incidência criminológica perpetrada e traçando o perfil socioeconômico e demográfico das detentas provisórias e das condenadas definitivamente. Na sequência, destaca que as mulheres brancas, pardas e negras estão associadas aos crimes de tráfico de drogas, seguidos dos crimes de homicídios, patrimoniais e maus-tratos a crianças. Constata também que o Amazonas não possui um plano eficiente de reeducação e reinserção social para as mulheres durante o cumprimento da pena nem para as egressas do sistema prisional. Na verdade, o direcionamento dos trabalhos sociais internos apenas confirma a orientação das políticas públicas aplicadas nas demais penitenciárias do Brasil, sem expectativa de mudanças capazes de melhorar o quadro do sistema carcerário. O autor destaca que falta tratamento mais humanizado às detentas da unidade pesquisada, tendo em vista que a deficiência das políticas públicas não condiz com a legislação interna e internacional aplicada ao cumprimento de penas, afrontando, assim, a dignidade dessas mulheres. A obra conclui indicando a necessidade de discutir e corrigir a situação das detentas e de destinar maior investimento no ser humano, nas questões essencialmente educacionais, laborais e de saúde.

Categorias
Uncategorized

O Papel do Ministério Público do Amazonas na Concretização do Mínimo Existencial

O Papel do Ministério Público do Amazonas na Concretização do Mínimo Existencial

Autora:
Jussara Maria Pordeus e Silva

O trabalho investiga a contribuição do Ministério Público brasileiro para a concretização do regime democrático, a efetividade dos direitos fundamentais e sociais e a implementação das políticas públicas no Brasil. O objetivo é analisar se o Ministério Público, especialmente o do Amazonas, tem uma postura ativista em prol da efetivação do mínimo existencial e seu papel na garantia da proteção dos direitos dos cidadãos. Assim, a tese parte da pesquisa da evolução constitucional do Ministério Público e do seu perfil de indutor/propulsor de efetivação de políticas públicas fundamentais e prioritárias. Sobre as origens do ativismo judicial, buscou-se a doutrina de Kmiec, Blackstone, Benthan e Schlesinger. Quanto ao âmbito das concepções de ativismo, utilizou-se os ensinamentos de Barroso e de Canotilho. O estudo das dimensões do ativismo se baseou em Canon e com relação aos indicadores de ativismo, em Marshall, Young e Kmiec. Quando abordadas as correntes sobre o ativismo, foram usadas as obras de autores favoráveis à corrente normativa, tais como Dworkin e Cappelletti, as perspectivas favoráveis com ressalvas de Habermas e Garapon e, ainda, a contrária de Ely. Quanto aos desdobramentos dessa corrente, citamos os dois eixos (substancialista e procedimentalista) mencionados por Werneck Vianna. A respeito da corrente analítica foram estudados Tate e Vallinder. Trata-se do resultado de uma pesquisa com objetivo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa, por meio de pesquisa bibliográfica e estudo do caso em questão, com análise de conteúdo dos dados coletados. O primeiro resultado da tese foi a identificação dos métodos doutrinários e jurisprudenciais de aferição da dimensão ou grau de ativismo. O segundo foi a elaboração do instrumento de avaliação capaz de aferir o grau de ativismo de cada Ministério Público do país, por região e até por matéria, a exemplo do que aplicamos em ações das áreas da educação e da saúde do Ministério Público do Estado do Amazonas. Pode-se desprezar os dados orçamentários e financeiros que não forem possíveis de serem obtidos, considerando existirem métodos que não adotam esse indicador. Os métodos podem ser utilizados separadamente, se o pesquisador preferir, pois é possível aferir resultado em cada um deles. Todavia, como se complementam, para um resultado mais próximo da realidade, recomenda-se a utilização daqueles em que seja possível obter a maioria das respostas. A aplicação por amostragem realizada verificou que o ativismo do Ministério Público do Estado do Amazonas se faz presente, mas varia de acordo com a matéria e com as circunstâncias.

Categorias
Uncategorized

A Colusão por Algoritmo e o Direito Brasileiro da Concorrência

A Colusão por Algoritmo e o Direito Brasileiro da Concorrência

Autor:
João Mateus Thomé de Souza Lima

Algoritmos são utilizados cada vez mais para analisar um grande volume de dados e tomar decisões fundamentais para a operação de uma empresa, a exemplo da definição dos preços de produtos e serviços. Diante desse cenário, este livro propõe-se a avaliar os riscos de práticas anticoncorrenciais gerados pela tomada de decisão por algoritmos bem como a indicar as respostas adequadas a partir da evolução do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e da experiência concorrencial de outros países.

Categorias
Uncategorized

O Lusitano e o Outro na Amazônia do Século XVIII

O Lusitano e o Outro na Amazônia do Século XVIII

Autor:
Daniel Antonio de Aquino Neto

A capa do livro tem seis telas de Albert Eckhout durante a ocupação holandesa. As obras são (sentido horário): Índio tapuia, Guerreiro negro, Mulato, Mulher tupi com criança, Índia tapuia, Mulher tupi com criança e Mameluca. Elas mostram etapas civilizacionais do negro e indígena. Índio tapuia e Guerreiro negro retratam dois homens que tanto pelos trajes quanto pelas armas se contrapõem ao Mulato, o qual é um produto colonial na miscigenação, vestes e arma de fogo. O mulato armado era útil na medida em que seu arcabuz era empregado em prol do domínio metropolitano e tal lealdade era conquistada na medida em que seu sangue e cultura se diluíam na do colonizador. O negro e o indígena estão em ambiente natural enquanto que o mulato está à frente de um canavial e com navios ao fundo. As figuras femininas representam a mesma coisa, embora de maneira mais gradativa: a Mulher tupi com criança usa uma vestimenta sumária, mas feita de tecido nos moldes europeus, enquanto a Índia tapuia usa veste tradicional. A primeira tem atrás de si uma propriedade rural (onde provavelmente é criada) enquanto a segunda está num ambiente totalmente natural. Cabe lembrar que os tupis foram o primeiro grupo a ter contato com os portugueses e a assimilar costumes do colonizador, enquanto que os tapuias viviam em regiões mais recônditas e resistiram mais ao domínio estrangeiro. O ideal era que cada tapuia um dia se tornasse um tupi até finalmente chegar no estágio da Mameluca, já integrada nas roupas ao padrão colonial.

Esta tese trata do Diretório dos Índios sob o “processo civilizador” (entre aspas, não por ironia, mas por ser uma ideia específica) de Norbert Elias. As pinturas refletem as etapas do processo aqui investigado. Como toda investigação, mudanças de rumo são necessárias conforme as circunstâncias. É por isso que se pede que a tese não seja lida sob os estereótipos de colonial ou decolonial, o que teria tanto sentido quanto se afirmar de antemão que o culpado do crime é o mordomo. E se for para fazer uma analogia com as histórias policiais, talvez a busca pelos “culpados” do processo civilizador seja mais semelhante ao romance Assassinato no Expresso Oriente de Agatha Christie, onde ao final se descobre que diversos suspeitos se mancomunaram para cometer o crime em conjunto.